Johannes Maccovius e a Teologia dos 2 Reinos (Parte 2)

Maccovius afirmando novamente a mesma doutrina reformada-puritana dos 2 reinos.

Afirmando especificidades do Reino de Deus, ou Reino de Cristo como Mediador.

29. O reino de Cristo é eterno, mas deixará de existir.
Aqui, parece haver uma contradição entre Lucas e Paulo. Pois em seu primeiro capítulo [versículo 33] Lucas afirma que o reino de Cristo “será sem fim”.
Paulo, em 1 Coríntios 15:24, porém, diz que Ele entregará o reino ao Pai e, portanto, terá fim.
Resposta: em Lucas, o anjo se refere ao reino essencial, que pertence a Cristo por direito de criação. Paulo fala sobre a regra mediadora ou sobre a maneira pela qual este reino é administrado. Esta forma de administração consiste em um serviço externo.1

31. No culto religioso adora-se Cristo Rei, mas não enquanto Rei e Mediador
Ou seja, Cristo não é adorado na media em que é Mediador, caso contrário, a natureza humana de Cristo também deveria ser adorada.
Objeção de Apocalipse 4:11; 5:12: ‘Tu és digno de receber a glória, porque foste morto‘.
Resposta: em teologia as palavras ‘porque’ e ‘até agora’ não são intercambiáveis. Pois o Espírito Santo nos é enviado, não tanto quanto, mas porque Cristo morreu: não é possível que o Espírito seja enviado por uma criatura. Nossos pecados são perdoados, porque Cristo morreu, não na medida em que Ele morreu. Como fizemos anteriormente, distinguimos um objeto formal. No culto religioso o objeto de consideração é a natureza humana de Cristo e seu ofício mediador, o objeto formal é a própria natureza divina.2

  1. MACCOVIUS, J. Discurso Escolástico, Ed. Theophilus, p. 143 ↩︎
  2. Ibidem. p. 144 ↩︎

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