Turretin e a Teologia dos 2 Reinos (Parte 1)

O que o Grande Sistematizador e Apologeta Reformado falou sobre os 2 Reinos?

Turretin afirmava juntamente com os demais anteriores a ele, a mesma doutrina dos 2 reinos.
Onde chamava de natural e essencial, o Reino de Cristo como Deus com toda a Trindade, e econômico, o reino próprio de Cristo como Deus-Homem, como nosso mediador, tendo vários aspectos de diferença.

Como diferem o domínio natural e econômico
Esse domínio é chamado de natural e essencial para dinstinguir-se do econômico, o qual pertence a Cristo (Fp 2.9), e difere dele em muitos aspectos:
(1) com respeito ao princípio e origem, o primeiro é chamado natural, kata physin (por ser dado por outro, isto é, pelo Pai – “Todo o poder me é dado no céu e na terra”, Mt 28.18*).
(2) Com respeito ao fundamento. O primeiro se fundamenta no decreto da providência, pelo qual Deus determinou todas as coisas e todos os acontecimentos; o segundo, porém, se fundamenta no decreto da predestinação, segundo o qual ele nos predestinou para a adoção por intermédio de Jesus Cristo (Ef 1.5).
(3) Com respeito aos objetos – o reino da natureza é universal, abrangendo todas as criaturas; o reino da graça é especialmente destinado à igreja, donde por uma razão peculiar ele pode ser chamado o Rei e o Senhor da igreja (pois, embora ele exerça seu poder e justiça também sobre os perversos que lhe estão em sujeição e os quais ele governa e quebranta com vara de ferro [Sl 2.9], reina especialmente nos eleitos e crentes mediante a graça).
(4) Com respeito aos seus efeitos, pois os efeitos da providência divina na esfera natural são comuns e difundidos sobre todas as criaturas, ainda que de formas distintas, mas os efeitos da esfera da graça são benefícios salvíficos peculiares somente aos eleitos – vocação, adoção, justificação, santificação, etc.
(5) Com respeito à administração, isto é, o domínio exercido por Cristo, como Deus, com o Pai e o Espírito Santo – donde ser chamado de essencial, por ser comum à Deus-homem (theantropo) – donde ser chamado de pessoal, porque pertence à pessoa do Filho e é designado a sua economia.
(6) Com respeito à duração, este é eterno e imutável (Sl 145.13). Mas este terá fim, pelo menos quanto ao modo, porque ele entregará o reino a Deus, o Pai (1 Co 15.24).

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