A Ceia do Senhor: As Confissões de fé e o Pão e Cálice Únicos (Parte 1)

Uma pesquisa na História Protestante quanto a administração da Ceia do Senhor nas Confissões de fé.
Confessionalmente e Historicamente, um cálice ou vários? um pão ou vários?

Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?
1 Coríntios 10.16

Confissão de Fé Helvética, Art. 21
O sinal e a coisa significada. E isto é visivelmente representado de modo exterior por este sacramento pelo ministrante e, como que exposto aos olhos para ser contemplado, aquilo que pelo Espírito Santo é concedido interiormente na alma de maneira invisível. O pão é exteriormente oferecido pelo ministro, e ouvem-se as palavras do Senhor: “Tomai, comei; este é o meu corpo”; e “Recebei e reparti entre vós. Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue”. Portanto, os fiéis recebem o que é dado pelo ministro do Senhor, e comem o pão do Senhor e bebem do cálice do Senhor.

Veja que a Confissão de Fé Helvética especifica como “O pão”, assim apontando para uma unicidade do elemento, tal como é dito como “dado pelo ministro” e “comem o pão”, implicando em um pão único.
O cálice é também colocado como sendo uma unicidade do elemento, sendo dito como “e bebem do cálice do Senhor”, implicando assim em um cálice único.


Catecismo de Heidelberg, Questão 75
Q. Como a santa ceia ensina e garante que você tem parte no único sacrifício de Cristo na cruz e em todos os seus benefícios?
R. Da seguinte maneira: Cristo me mandou, assim como a todos os fiéis, comer do pão partido e beber do cálice, em sua memória. E Ele acrescentou esta promessa: Primeiro, que, por mim, seu corpo foi sacrificado na cruz e que, por mim, seu sangue foi derramado, tão certo como vejo com meus olhos que o pão do Senhor é partido para mim e o cálice me é dado. Segundo, que Ele mesmo alimenta e sacia minha alma para a vida eterna com seu corpo crucificado e seu sangue derramado, tão certo como recebo da mão do ministro e tomo com minha boca o pão e o cálice do Senhor. Eles são sinais seguros do corpo e do sangue de Cristo.

Assim como a Confissão de Fé Helvética, o Catecismo de Heidelberg segue igual.
O Catecismo afirma “comer do pão” e “beber do cálice”, referenciando ao “seu corpo” e “seu sangue”, mencionando também que “o pão do Senhor” é partido, implicando assim num pão único, e o cálice também sendo único ao dizer “o cálice me é dado”.
Também quanto ao aspecto espiritual, a representação e os benefícios da refeição sacramental é dito que Cristo “alimenta e sacia minha alma”, ligando isso ao “corpo crucificado e seu sangue derramado”, os quais são recebidos e comidos espiritualmente como “o pão e o cálice”.
Sendo no fim chamados de sinais seguros das coisas significadas, do “corpo” e “do sangue de Cristo”. Tendo assim tanto um aspecto de unidade simbólica referente ao corpo de Cristo, como também um sentido espiritual.


Artigos da Religião Escocesa, Cap 21
Não obstante a distância entre o seu corpo agora glorificado no céu e nós mortos aqui na terra, contudo cremos firmemente que o pão que partimos é a comunhão do corpo de Cristo e o cálice que abençoamos é a comunhão do seu sangue.

Em concordância com os documentos anteriores, os artigos da religião escocesa esboçam a mesma doutrina ao falar que apesar da distância de “o seu corpo” em referência ao corpo físico de Cristo no céu, e nós aqui, ainda assim, o elemento único que é partido ou “o pão que partimos” e também o elemento único bebido no cálice ou “o cálice que abençoamos” é uma referência real do corpo e o sangue de Jesus e da nossa comunhão com Ele.


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